28/07/2023 18h19 - Atualizado em 28/07/2023 18h20

Quando devemos nos manter forte? O francês Jean Cocteau (1889 – 1963), poeta, romancista, cineasta, dramaturgo e ator, sugeriu: “Mantenha-se forte diante do insucesso e livre diante do sucesso”. Esta frase me fez lembrar de uma situação que presenciei, certa vez, quando um filho de um empresário apresentou para aprovação de seu pai um projeto, de milhões de dólares, para ampliação da fábrica da família. Seu pai nem quis olhar em detalhes aquele estudo e disse: “lembra do arroz com feijão”. E, sorriu para o competente filho, denotando agradecimento, como se estivesse fazendo um balanço de vida.
Perguntei: “o que significa arroz com feijão naquele contexto?” O filho explicou: “Meu pai quis relembrar o período quando trabalhávamos no corte de cana de açúcar, época que não tínhamos dinheiro para comprar misturas para a marmita, que só continha arroz e feijão. Com isso, ele sugere voltarmos as raízes, fases marcantes em nossas vidas, querendo dizer: se não der certo esse projeto, voltamos a comer arroz com feijão, pois somos muito bem treinados em viver com pouco. Não vejo problema”. E, o filho acrescentou: considerando isso, fomos e somos encorajados a fazer crescer a empresa, que não é fácil, levando em conta o custo Brasil e o mercado extremamente competitivo.
Esses empresários demonstraram não estarem apegados ao sucesso. Demonstraram ser livres. É sabido que o apego provoca medo, que, por sua vez, gera estresse, e principalmente paralisia. 
Em outras palavras, quando está desapegado você tem mais liberdade e ousadia para agir.
O apego é uma prisão mental.
Mas, além disso, esses empresários atingiram a independência, demonstrando terem percebido a inutilidade do convencional de ter de acertar sempre, para conquistar a aprovação dos outros.
Eles são livres de condicionamentos doentios impostos, geralmente, pela comunidade.
São pessoas que romperam as travas internas e externas, visando autonomia.
Depois dessa experiência, me perguntei: quantos dos meus atos são influências de minhas dependências da sociedade, preocupado com as opiniões alheias?
A submissão social ocorre, normalmente, devido uma busca de aprovação dos outros, criando com isto o tal do confinamento mental.
Por mantermos costumeiramente nossos olhos para o externo, tais são os estímulos da nossa visão, e não para dentro de nós mesmos, faz com que nunca conseguimos visualizar plenamente o nosso mundo interior. 
Com o tempo a gente descobre que a liberdade, bem como as nossas tão almejadas realizações pessoal e profissional, estão relacionadas com Por que não voltarmos mais vezes, durante o dia, para o nosso Eu interno? A livre escolha se inicia no pensamento, onde o ser humano goza de ilimitada possibilidade de ser livre, que é poder escolher com valentia.