10/10/2017 11h01 - Atualizado em 10/10/2017 14h53

Sem sombra de dúvida o pensamento acelerado do ser humano, comum nos dias atuais, está contribuindo muito para a geração de preocupações com o futuro em demasia. Tem sentido em parte, pois você em alta velocidade tem de ficar mais atento ao que vem pela frente. O que passou não traz mais riscos. É lógico que depende do passado. Por exemplo, hoje no Brasil a maioria dos políticos morre de medo do passado. Mas, procura observar ao redor. As principais propagandas nas mídias, geralmente, enaltecem a preparação para o futuro, bem como se vê pouca gente falando sobre o passado. Estamos bem voltados para valorização em excesso do futuro. É sabido que o excesso é uma espécie de veneno. Com isso, a ansiedade está no ar. Só para lembrar: O tempo é uma das principais riquezas gratuitas que a Vida nos dá. Temos de aprender a lidar com ele em qualquer tempo. O psicólogo Daniel Kahneman, obcecado em entender como nosso cérebro funciona, descobriu que para o cérebro o presente praticamente não existe. Dura três segundos antes de se tornar passado. Portanto, somos feitos quase na totalidade de memórias. Nessa linha de raciocínio, para que nos sintamos felizes no presente, algo positivo deveria acontecer conosco a todo o momento. Isso é impossível.  Sendo assim, então, não resta outra alternativa a não ser ressignificar o passado, que é atribuir um novo sentido a situação ocorrida.  Acredito que o aumento da frequência da onda eletromagnética do pensamento do ser humano fará com que, praticamente, o presente desapareça e, com isso, o “agora” só será um divisor de água entre o passado e o futuro. Preocupado com essas mudanças, comecei a considerar que existe um “presente recente”, recém-ocorrido, que pode durar um dia e até uma semana, que gosto de analisá-lo profundamente, levando em conta minhas necessidades de aprendizagens com a vida. Certa vez, conheci um empresário, na cidade de São José do Rio Preto, que fez questão de mostrar um álbum de fotografias que só continha registros de momentos felizes da sua vida. Deixava aquele arquivo em cima de sua mesa de trabalho para cultivar boas lembranças e agradecer pelo menos uma vez ao dia. O agradecer é uma boa semente para plantio no “presente recente” e colheita no futuro. Recentemente, relacionei alguns eventos desagradáveis de meu passado, com o propósito de enxergar o lado positivo que esses trouxeram em seus bojos. Percebi que eles contribuíram muito em meu preparo para os dias atuais. Graças a eles eliminei muitas ilusões, que me aprisionavam, bem como aprendi um pouco mais de como lidar com situações difíceis. Em alguns casos encontrei dificuldades de obter uma ótica positiva, demonstrando aí que necessito de mais progressos intelectual e moral para compreendê-los. Em resumo: Hoje tenho certeza absoluta de que tudo que nos ocorre é para nós melhorarmos. Com isso me tornei mais amigo do tempo. Viva o tempo.